Nova Chevrolet Montana: nome será mantido em picape anti-Fiat Toro
Com Renan Bandeira
Desde que a General Motors confirmou, em maio deste ano, a produção de uma nova picape em São Caetano do Sul (SP) para o lugar da recém-aposentada segunda geração da Chevrolet Montana, a Mobiauto vem avisando: internamente o modelo já estava sendo chamado de “nova Montana”, o que indicaria uma eventual manutenção do nome.
Tanto que preparamos na ocasião uma projeção em parceria com o canal @overboostbr antecipando como ficará o modelo, já utilizando a nomenclatura Montana na tampa da caçamba.
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Pois nesta segunda-feira (28) o presidente da GM na América do Sul, Carlos Zarlenga, confirmou em vídeo publicado no canal oficial da fabricante no LinkedIn que o produto se chamará mesmo Montana, e que o complexo do ABC Paulista já está em obras de adaptação para iniciar sua fabricação.
O anúncio vem para acalmar os ânimos especialmente dos concessionários Chevrolet, que vêm sofrendo com a falta de produtos em estoque para vender. Afinal, a produção de Onix e Onix Plus em Gravataí (RS) completará quase cinco meses paralisada em agosto, e até a de Tracker, Spin, S10 e Trailblazer vem sendo afetada pela escassez de semicondutores.
Com a divulgação, a GM passa a mensagem de que não abandonou o mercado brasileiro e está planejando uma retomada em grande estilo. A nova Montana terá papel estratégico para isso. A produção em série está prevista para começar no primeiro trimestre de 2022, com lançamento no segundo trimestre. Isso se a falta de componentes não atrasar o cronograma.
Como será a nova Montana
Para chegar ao mercado, a terceira geração da Montana utilizará a plataforma modular GEM de Onix, Onix Plus e Tracker. Porém, não terá a frente do Onix, como acontecia com as duas primeiras gerações construídas sobre Corsa II e Agile, mas sim aproveitará elementos estruturais do SUV, mais largo e robusto.
Boa parte da carroceria, do balanço dianteiro à coluna B, será herdada do Tracker, com uma porção traseira exclusiva para abrigar a segunda fileira da cabine dupla e a caçamba. Assim, suas dimensões ficarão esticadas para alcançar o porte da Fiat Toro e não o da Strada, com quem as velhas Montanas brigavam antes.
Nossa projeção de como deve ficar a dianteira da nova Montana
Para ficar mais larga que os 1,79 m e mais alta que os 1,63 m do Tracker, alcançando os 1,85 m e 1,75 m da Toro, respectivamente, a nova Montana terá suspensões elevadas, conjunto de rodas e pneus com diâmetro maior, generosas barras de teto e para-lamas abaulados em relação ao SUV, mais ou menos como a Fiat fez para deixar a Strada mais robusta que o Mobi.
Além disso, a GM deve esticar os 2,57 m de entre-eixos do Tracker em cerca de 40 cm, para se aproximar dos 2,99 m da futura rival da Fiat. E enquanto o visual dianteiro se inspirará nos SUVs americanos Blazer e Trailblazer (que não é o nosso Trailblazer, mas sim um SUV médio sobre a plataforma de Cruze e Cruze Sport6), a traseira terá traços da atual Silverado vendida nos EUA – e que tem chances de desembarcar no Brasil em breve.
Nova Montana, novo motor
Na parte de motorização deve constar a maior surpresa. Os motores 1.0 e 1.2 turboflex sem injeção direta de Onix, Onix Plus e Tracker são fracos para uma picape desse porte, e não devemos contar com o uso do velho 1.4 turbo do Cruze, pertencente a outra família e não está previsto para casamento com a plataforma GEM.
A GM deve resolver este problema usando o mesmo bloco tricilindro da família CSS Prime, só que com deslocamento ligeiramente maior, de 1,3 litro, novos mapeamentos e sistema duplo de injeção variável entre direta e indireta, como nos Toyota Corolla e Corolla Cross 2.0 Dynamic Force.
Tal especificação já é usada, vejam só, pelo irmão gêmeo bivitelino da nova Montana, o Tracker, na China, sendo conhecida como Ecotec 335T. Sua potência é de 165 cv e o torque, de 24,4 kgfm com gasolina. Em nosso mercado, a mesma usina deve ser convertida para flex e alcançar a casa de 170 cv e 25 kgfm. O câmbio será sempre automático de seis marchas.
É menos do que os 185 cv e 27,5 kgfm da nova Toro Turbo 270 com etanol, mas a GM tem o trunfo de produzir carros bem mais leves com a matriz GEM do que a Stellantis consegue com a base Small Wide. Ou seja: promessa de desempenho parecido, mas com uma maior eficiência em consumo de combustível.
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Jornalista Automotivo