De onde vem o cheirinho de carro novo?

O cheirinho de carro novo vem do processo de desgaseificação dos mais de 100 materiais industriais usados no interior do veículo.
Camila Torres
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24.07.2020 às 11:56 • Atualizado em 12.08.2020
O cheirinho de carro novo vem do processo de desgaseificação dos mais de 100 materiais industriais usados no interior do veículo.

Há que diga que uma das melhores coisas do carro 0km é o cheirinho de novo. Por mais que o odor mude de um carro para o outro, não é muito difícil identificar tal aroma como “cheiro de carro novo”. Mas como é possível o cheiro ser tão diferente e ao mesmo tempo tão específico? A resposta está na combinação de materiais industriais e no seu processo de desgaseificação. 

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Como é produzido o cheirinho de carro novo?

O cheirinho de carro novo é o resultado da combinação de mais de 100 tipos de materiais industriais. Quando ainda são novos, esses materiais liberam resíduos químicos no ar que possuem um cheiro muito evidente e singular. Os cientistas chamam esse processo de desgaseificação. 

Como já é do conhecimento de muitos. Esse processo é relativamente curto, pois esses gases liberados não são renováveis. E em pouco tempo para de ser eliminado. E aquele tão viciante cheiro de carro novo fica apenas na lembrança. Mas há, os que recorrem à aquelas fragrâncias que prometem trazer o odor de carro 0km de volta em alguns minutos.

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Para saber mais sobre o assunto, o site Fast Co entrevistou Linda Schmalz, engenheira de materiais da Ford. Na ocasião ela revelou que as montadoras levam o cheirinho de carro novo muito a sério e estudam constantemente para oferecer o melhor cheiro que o do concorrente. Não importa o valor do carro, se ele é novo, ele precisa cheirar como tal. 

Como é feito o teste de cheiro?

Para começar, é preciso saber que qualquer material pode interferir no cheiro de carro novo, o revestimento de couro do volante, a espuma dos bancos, o plástico do painel até a cola dos carpetes. Por isso, todos esses materiais são testados individualmente e depois combinados uns com os outros, contou Linda Schmalz. 

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Não basta apenas escolher diversos materiais, juntá-los e esperar que eles tenham um cheiro de novo agradável. Apenas um material escolhido sem os devidos cuidados e que elimine um odor muito forte, pode resultar em uma péssima fragrância. Mas a Ford faz um teste quase que caseiro para não ter esse problema.

O teste consiste em pegar um pedaço de cada material que será usado no carro. Essa pequena parte é colocada em um recipiente de vidro que é aquecida em três temperaturas diferentes: 22,7º para simular a temperatura ambiente, 40º e com um pouco de água para representar um dia quente e úmido e 80º para simular o ar quente do interior do carro em dia que esteve por muitas horas exposto ao Sol. 

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Uma equipe de seis jurados, avalia o odor de cada material, dando notas individualmente. Esse teste também é muito importante para saber se algum desses materiais cheira mal. Depois de testar cada material individualmente e fazer a seleção de quais usar, chega a vez de fazer um teste combinado.

Uma fração de cada material que vai na porta, por exemplo, ficam juntas num mesmo recipiente e passam pelo mesmo processo. Linda explica, que é possível os materiais terem um cheiro agradável individualmente, mas combinados apresentarem um resultado não muito atraente ao olfato. 

Veja o vídeo de como é produzido o cheiro de carro novo

O que fazer para ser um “jurado de cheiro”?

Não estamos tratando da profissão osmólogo, que é uma pessoa especialista em aromas. Aqui o caso é outro. Pois os “jurados de cheiro de carro novo” não recebem nenhum treinamento e normalmente são de áreas diferentes, e fazer o papel de jurado é apenas um trabalho a mais. No entanto, elas precisam atender a alguns requisitos:

· Não pode ter o olfato sensível demais

· Não pode ter o olfato comprometido 

· Não pode ser fumante

· Não pode ter alergias 

Além disso, no dia do teste, o jurado não pode estar gripado ou em qualquer condição que posso comprometer sua avaliação. Também é pedido para que não usem perfumes, cremes ou qualquer outro produto com cheiros evidentes. E se o teste for feito após alguma refeição, é pedido para não ingerir alimentos com cheiro forte.

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Pessoas de países distintos tem uma percepção diferente do mesmo cheiro

A percepção pode ser ainda mais discrepante quando são de continentes diferentes. Um cheiro que pode ser muito agradável para um chinês, pode gerar um grande desconforto para o olfato do brasileiro e vice-versa. Linda contou que não sabe se isso acontece por uma questão genética, ambiental ou cultural. Mas a Ford e outras montadoras têm uma solução para esse problema. 

A fabricante americana, também conta com laboratórios em outros continentes como Europa e Ásia e aproveita para realizar o teste em todos eles. Pois, segundo Linda seria inviável substituir materiais do interior do veículo em cada nação. Por isso é mais fácil, testar os mesmos materiais com nacionalidades diferentes e escolher o que foi mais aceitado por todos.

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