A linha de comerciais leves da Fiat surgiu em 1978 com a primeira picape nacional derivado de carro de passeio: o Fiat Pick-up. Apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo, o modelo impressionou o público e revolucionou o mercado com um novo conceito de veículo para transportes leves, por sua praticidade e simpatia.

Com o entre eixos do carro ao qual derivava, o Fiat 147, trazia uma caçamba curta, com capacidade de 450 kg e dois passageiros. O espaço da cabine também era limitado, mas o suficiente para o trabalho de transporte de cargas leves.

Usando a mesma motorização, fosse o motor 1050 a gasolina de 56 cv SAE (48 cv ABNT) a 5.800 rpm e 7,9 kgfm de torque a 3.600 rpm ou o 1300 a etanol de 62 cv SAE (53 cv ABNT) a 5.200 rpm e 11,53 kgfm de torque a 3.000 rpm, era econômico e ao mesmo tempo ágil na cidade.

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A primeira picapinha da Fiat logo se popularizou e a concorrência começou a preparar rivais. A Volkswagen ao lançar o VW Gol em 1980 já tinha em desenvolvimento a VW Saveiro, que viria dois anos depois. A Ford lançou em 1980 o Corcel II Van, uma espécie de Belina Furgão, e também desenvolvia a picape Pampa, lançada dois anos depois.

Sabendo disso e atendendo aos desejos dos consumidores, a marca italiana lançou em 1981 a nova linha de utilitários, descontinuando a Fiat Pick-up e lançando o Fiorino em duas versões: picape e furgão.

Desta vez, o entre-eixos não era mais do 147, mas sim da perua Panorama, lançada em 1980. Isso tornava o Fiorino 18 cm maior, com uma cabine um pouco mais espaçosa, além de oferecer maior capacidade de carga.

Com grande sucesso, foram apresentados outros modelos ao longo do tempo, e para a linha 1982 existiam: Furgão (este o mais famoso e em linha até hoje sendo derivado do Uno), Vetrato com vidros laterais e espaço para carga, o Combinato que além dos vidros já citados possuia também bancos laterais e o Settegiorni que possuia bancos traseiros de carro de passeio, vidros laterais e um ótimo porta-malas.

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Falando do Settegiorni, ele era vendido como uma ótima opção para trabalho e lazer, pois tinha as dimensões da versão furgão e o acabamento esmerado derivado da linha 147 mais luxuosa.  

Uma pena não ter conquistado tantos clientes. Infelizmente, o Settegiornideixou de ser produzido em meados de 1984, e os modelos Furgão, Combinato e Vetrato seguiram em linha, inclusive na geração 1 do Uno.

Com o tempo, as versões deixaram de existir em catálogo onde o modelo foi batizado apenas como Fiorino, e os diferenciais como vidros laterais e bancos laterais passaram a ser apenas opcionais.

Fiorino com base de Uno

Em 1988, foi apresentada a segunda geração do utilitário, que naquele momento passava a usar a base do Fiat Uno. O modelo teve grande aceitação, uma infinidade de versões e motorizações. Praticamente uma década depois, mais precisamente a partir de 1999, o Fiorino passou a ser oferecido apenas na versão furgão.

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A partir de 2012, ganhou a plataforma atual, derivado do Fiat Uno de segunda geração. Com a descontinuação do Uno no final de 2021, ganhou independência e um irmão gêmeo do grupo Stellantis, o Peugeot Partner.

Achar um Settegiorni original é muito raro pois a maioria foi transformado em Vetrato com a retirada dos bancos e acabamento interno traseiro. Com a queda das vendas de peruas e a ascensão das minivans, a Fiat só foi ter outro modelo para cargas e lazer quando lançou o Fiat Doblò em 2001.

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Mesmo sendo um carro versátil, ele não foi capaz de superar a inovação do Fiorino Settegiorni, nem mesmo o charme do compacto.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…

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