Documento do carro digital: já é possível transferir tudo online?

Fizemos o passo a passo mais simples da internet para contar quais etapas do processo de transferência de propriedade do veículo foram digitalizadas
Camila Torres
Por
08.03.2021 às 09:52
Fizemos o passo a passo mais simples da internet para contar quais etapas do processo de transferência de propriedade do veículo foram digitalizadas

Quando se ouve que agora a transferência do documento do carro é digital, muitas pessoas acreditam que conseguirão fazer todo o processo pela internet. Na prática, não é bem assim. O documento de transferência digital na verdade é o CRLV (Registro de Veículo) eletrônico, agora chamado de CRLV-e.

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A partir de janeiro deste ano, a emissão do documento não é mais feita de forma física no papel moeda (aquele papel verde), mas sim de maneira eletrônica, assim como a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), e pode ser acessada pelo aplicativo “Minha Carteira Digital”. 

Para quem comprou o veículo antes de 2021, praticamente nada mudou. Quando o proprietário for vender o veículo, deve preencher o verso do documento de registro e a autorização para transferência de propriedade (conhecido como DUT). Depois, deve reconhecer firma em cartório e ir ao Detran para efetivar a transferência. 

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No caso de quem tem o CRV ainda impresso, para fazer a Transferência de Propriedade do Veículo Digital (ATPV-e) é necessário, antes do cadastro, entregar o documento físico assinado pelo vendedor e comprador com reconhecimento de firma ao Detran.

Basta realizar o agendamento no site do Detran, no campo “Retirada/Entrega de documentos-CRV”. Caso o proprietário tente fazer a transferência digital sem entregar o CRV físico, constará um bloqueio administrativo. 

Vale citar que, para realizar a transferência, o veículo não pode ter nenhuma dívida ou pendência e a taxa do serviço de transferência também deve estar paga. Veja como fazer a transferência digital em 15 passos simples. 

O que é CRLV-e?

É a junção de dois documentos: Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo em meio eletrônico. Ao acessar o aplicativo “Minha Carteira Digital”, além de visualizar os dois documentos, é possível acessar o comprovante de transferência de propriedade para veículos registrados este ano.

Uma das maiores vantagens práticas do CRLV-e é que, com o documento digital em mãos, não é preciso mais carregar a versão física. E o proprietário pode ainda compartilhar o CRLV-e com até cinco pessoas. 

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Os mais precavidos podem ainda ter uma versão física impressa em papel sulfite A4. Assim, se o condutor for parado, o guarda pode escanear QR Code na folha e ter acesso ao documento. 

A emissão pode ser feita através do aplicativo Carteira Digital de Trânsito e o passo a passo é simples: 

● Baixe o aplicativo Carteira Digital de Trânsito (disponível para Android e IOS)

● Informe o código de segurança do CRV e do Renavam

● Adicione seus veículos

● Baixe o CRLV-e

Em casos nos quais o CRV não tenha o código de segurança, o proprietário deve entrar em contato com o Detran de seu município.

Como fazer a transferência digital do documento do veículo – Passo a passo

*Lembrando que este processo vale para os moradores do Estado de São Paulo, pois o Poupatempo não oferece serviços em outros Estados. 

  1. Baixe o aplicativo “Poupatempo Digital”
  2. Clique em ‘Serviços’
  3. Escolha a opção ‘Veículos’
  4. Selecione a aba de ‘Registros e Transferência’
  5. Escolha a opção ‘Transferência de veículo’
  6. Clique em ATPV-e Autorização de transferência de propriedade de veículo
  7. Se o carro já estiver cadastrado é só selecioná-lo. Caso contrário, clique na opção ‘Adicione seu veículo’
  8. Preencha os campos com número da placa e número do Renavam
  9. Preencha todos os dados solicitados do veículo na aba que aparecerá em sequência
  10. Informe os dados do vendedor 
  11. Informe os dados do comprador
  12. Confira as informações e confirme
  13. Pronto! Agora é só imprimir o PDF gerado
  14. Assine o documento
  15. Reconheça firma em cartório (do comprador e vendedor)

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O que os consumidores acham da transferência digital

“Não fiz nada”

A executiva de vendas Fernanda Limeira comprou sua nova Fiat Toro em fevereiro na loja Fiori, em Salvador (BA). Todo o processo de transferência do documento do veículo foi feito na própria concessionária.

“Não fiz nada. A concessionária me ofereceu muita agilidade e conforto. Só assinei o contrato de despachante. Em dois dias a transferência foi concluída”, contou.

“Esperei alguns dias e o documento digital já estava no meu app”

Já a professora de português Alana Misael optou por fazer o processo por conta própria. Ela comprou um VW Fox, de pessoa física para pessoa física, em São Paulo (SP). O antigo dono entregou o documento de transferência assinado e com firma reconhecida. 

Então, Misael foi até o Detran para fazer a vistoria de transferência, optando pela simples e não cautelar. Com o laudo em mãos, dirigiu-se ao cartório para reconhecer firma da assinatura.

“Depois o processo foi simples: entrei no site do Detran, onde já tinha cadastro, e fiz a transferência. Depois de aguardar alguns dias, recebi um e-mail solicitando que eu baixasse o app “Carteira Digital de Trânsito”. Quando entrei no aplicativo, o documento já estava lá, no meu nome”, explicou. 

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“Não pude fazer sozinho e demorou 15 dias” 

Adriano Murucy, especialista comercial em Curitiba (PR), não conseguiu fazer a transferência sozinho porque o site do Detran do PR estava travado para esse processo. Isso o levou a um despachante. Na vistoria, o despachante pediu apenas a CNH e o recibo de compra e venda do veículo. O processo demorou 15 dias.

Com voz de entusiasmo, Muricy contou o final de sua experiência: “Apesar da demora, o que achei legal foi o documento ir automaticamente para o meu cadastro no aplicativo da “Carteira Digital de Trânsito”. Então não precisei voltar ao Detran ou ao despachante, e o recibo de compra e venda ainda fica arquivado no app”.

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“Achei bem simples”

O diretor de marketing Marcos Oliveira compartilhou um caso um pouco diferente. Ele comprou um Renault Fluence blindado em dezembro de 2020, em São Paulo (SP). 

Ao entrar em seu cadastro no site do Detran, constava em aberto a taxa referente à transferência. Ele pagou e, no dia seguinte, já foi liberado no Detran para fazer a transferência. 

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Porém, por ser um carro blindado, Oliveira precisou de uma autorização de transferência do serviço militar. “Essa foi a única parte cansativa, demorada e pouco intuitiva de todo o processo”, contou. A autorização demorou tanto que a transferência ficou para janeiro. 

“Depois que saiu a autorização do exército, em janeiro, no mesmo dia concluí o processo. Baixei o CRLV-e digital, mesmo sem ter o documento físico para ler o QR Code”.

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