Avaliação: Peugeot 208 com motor Fiat é o melhor 1.0 do Brasil

Com lista de equipamentos surpreendente e a ótima dinâmica de antes, hatch tenta aproveitar simbiose da Stellantis para crescer nas vendas
JC
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27.05.2022 às 10:00 • Atualizado em 10.02.2023
Com lista de equipamentos surpreendente e a ótima dinâmica de antes, hatch tenta aproveitar simbiose da Stellantis para crescer nas vendas

Por Renan Rodrigues 

A Peugeot apresentou a linha 2023 do 208 com duas novas versões equipadas com o motor Firefly. Sim, estamos falando de um propulsor de origem Fiat, o mesmo 1.0 aspirado flex de três cilindros e seis válvulas que equipa o Argo.

As versões Life e Style possuem preços sugeridos de R$ 72.990 e R$ 79.990, respectivamente. No entanto, como mostrou a Mobiauto contou anteriormente, esta não é a primeira vez que um Peugeot recebe motores 1.0 de outras marcas. O mesmo havia acontecido com o 206 usando um propulsor emprestado do Renault Clio nos anos 2000.

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Outra novidade é a central multimídia, que passa a ter 10,3 polegadas e ser um item de série desde a versão Like 1.0. Outros itens que merecem destaque são os quatro airbags de série, os controles de tração e estabilidade, o ar-condicionado digital e os faróis full-LED na versão Style, além da moderna plataforma CMP originária da antiga PSA.

Com lista de equipamentos surpreendente e a ótima dinâmica de antes, hatch tenta aproveitar simbiose da Stellantis para crescer nas vendas

 Todo esse pacote faz o 208 2023 chegar como forte candidato a melhor carro 1.0 vendido atualmente no Brasil. Será que ele sustenta esta fama? Nossa reportagem já rodou com uma unidade da versão Style e conta como o modelo ficou com a nova motorização.

Peugeot 208 Style 2023: R$ 79.990. Pintura Cinza Artense: sem preço definido. Caso siga os parâmetros atuais da Peugeot custará R$ 1.855. Não há opcionais. 

Motor e câmbio Fiat

Como a gente explicou anteriormente, a Stellantis está aproveitando sua vasta prateleira de produtos nacionais, especialmente com a força da Fiat no mercado brasileiro, para oferecer uma maior sinergia entre as marcas. 

O primeiro modelo com essa estratégia foi o Peugeot Expert Rapid, basicamente a Fiat Fiorino da marca francesa. Agora, o 208 recebe o motor 1.0 Firefly do Argo. Esse motor rende até 75 cv de potência a 6.000 rpm e 10,7 kgfm de torque a 3.250 rpm. O câmbio é o manual de cinco marchas. 

Motor: 1.0, dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 6V, aspirado, flex, comando de válvula simples no cabeçote, injeção multiponto de combustível
Taxa de compressão: 13,2:1
Potência: 75/71 cv (G/E) a 6.000 rpm
Torque: 10,7/10 kgfm (G/E) a 3.500/3.250 rpm
Peso/potência: 15,1/14,6 kg/cv (G/E)
Peso/torque: 110,2 kg/kgfm
Câmbio: manual de cinco marchas
Tração: dianteira 

Dados técnicos: direção elétrica; suspensões tipo McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a disco ventilados (dianteira) e tambor (traseira); pneus 195/55 R16; diâmetro de giro: 10,4 m; vão livre do solo: não divulgado; ângulo de ataque: 16º, ângulo central: não divulgado, ângulo de saída: não divulgado.

Dimensões: 4.055 mm de comprimento, 2.538 mm de entre-eixos, 1.738 mm de largura, 1.453 mm de altura, 265 litros de porta-malas e 47 litros de porta-malas. Peso em ordem de marcha: 1.102 kg 

Com lista de equipamentos surpreendente e a ótima dinâmica de antes, hatch tenta aproveitar simbiose da Stellantis para crescer nas vendas

Em termos de consumo, o 208 Style 1.0 faz as seguintes médias: 10,4 km/l (etanol) e 14,7 km/l (gasolina) na cidade e 11,3 km/l (etanol) e 16,3 km/l (gasolina) no rodoviário.

Esses números garantem a ele o melhor consumo entre modelos 1.0 aspirados comercializados no país, segundo a Peugeot. O Inmetro classifica o hatch com nota A no Programa Brasileiro de Etiquetagem. Como efeito de comparação, veja quanto o Argo 1.0 e o 208 1.6 manual consomem: 

Fiat Argo: Ciclo urbano: 9,9 km/l (etanol) e 14,2 km/l (gasolina) · Ciclo rodoviário: 10,7 km/l (etanol) e 15,1 km/l (gasolina). 

Peugeot 208 Like 1.6: Ciclo urbano: 7,9 km/l (etanol) e 11,5 km/l (gasolina) · Ciclo rodoviário: 9,2 km/l (etanol) e 13,1 km/l (gasolina). 

Leia também: Avaliação: novo Peugeot 208 1.6 tem chance contra Onix, HB20 e Polo?

Versão Style 

A linha 2023 também marcou a estreia da versão Style. Ela será a topo de linha com o motor 1.0 Firefly e surpreende com uma lista de itens de série digna de modelos com motorização maior. Confira os principais equipamentos: 

Com lista de equipamentos surpreendente e a ótima dinâmica de antes, hatch tenta aproveitar simbiose da Stellantis para crescer nas vendas

Quatro airbags;  Controles de estabilidade e tração; Assistente de partida em rampas;  Direção elétrica progressiva;  Ar-condicionado digital;  Teto panorâmico; Bancos com revestimento premium;  Carregador de celular por indução;  Rodas de liga leve aro 16 com acabamento escurecido;  Faróis full-LED;  Sensores traseiros de estacionamento; Carregador de celular por indução; Central multimídia de 10,3” com Android Auto e Apple CarPlay sem fio; Câmera com visão traseira em 180°.

A carroceria estreia a cor Cinza Artense, a mesma do Citroën C4 Cactus X Series. A coluna C abriga o logotipo da versão, que é contornado em azul, no mesmo tom encontrado nas costuras dos bancos.

No interior, destaque para o sistema i-Cockpit, com volante ovalado posicionado abaixo do quadro de instrumentos. Outros itens são os sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, o carregador de celular por indução e a câmera de 180°. 

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Dirigibilidade segue como lema

Durante a apresentação do novo 208, a Peugeot reforçou que não abriria mão de suas características ao receber o motor Fiat. Para isso, o motor Firefly passou por algumas trocas de peças para se adequar à plataforma CMP.

O ponto alto, claro, é o conceito i-Cockpit, que tem um volante de raio menor para que o motorista enxergue o painel de instrumentos por cima. A soma das duas características entrega a melhor dirigibilidade do segmento.

Com lista de equipamentos surpreendente e a ótima dinâmica de antes, hatch tenta aproveitar simbiose da Stellantis para crescer nas vendas

Obviamente, o motor 1.0 não entrega um desempenho empolgante, mas é mais do que suficiente para o uso urbano. E, ao contrário do que muitos pensam, é sim possível viajar com um carro 1.0 aspirado, com a devida paciência e mais trocas de marchas.

Por falar em marchas, se no Argo temos engates um tanto quanto vacilantes, no 208 os encaixes são mais precisos e tornam a experiência mais prazerosa. Os amortecedores também passaram por ajustes, mas o conjunto de suspensão segue bem equilibrado entre fazer boas curvas e filtrar imperfeições do solo.

O conforto e o nível de acabamento são outros pontos altos do 208, enquanto o espaço interno não é a grande referência do segmento, com uma fileira traseira apertada e um porta-malas mais ainda. Mas isso já havíamos contado na avaliação da configuração 1.6 automática, relembre:

Leia também: Avaliação: novo Peugeot 208 1.6 tem chance contra Onix, HB20 e Polo? 

Melhor “popular”

A dirigibilidade citada acima também contribui para esse título, além do ótimo acabamento, especialmente na versão Style, que recebe bancos com revestimento diferenciado, apliques em preto brilhante no painel e outros detalhes caprichados. 

Com lista de equipamentos surpreendente e a ótima dinâmica de antes, hatch tenta aproveitar simbiose da Stellantis para crescer nas vendas

O calcanhar de aquiles do Peugeot 208 segue no quesito espaço, inferior ao de Chevrolet Onix, Fiat Argo, VW Polo e até Hyundai HB20. Agora, para quem é solteiro ou casal sem filhos, um carro econômico e bem construído assim para rodar na cidade se tornou uma surpreendente boa pedida.

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