Aion Hyper SSR: hipercarro chinês que quer deixar os Ferrari comendo poeira
O mais recente lançamento da lendária Ferrari, o “pseudo-SUV” Purosangue, traz sob o capô um portentoso V12 de 725 cv, capaz de levá-lo de 0 a 100 km/h em apenas 3,3 s. É, realmente, uma performance impressionante, mas que nem se compara à do Aion Hyper SSR, novo superesportivo chinês que cumpre a mesmíssima prova em 1,9 s.
O segredo do desempenho explosivo deste novo EV da Guangzhou Automobile (GAC) não está, exatamente, na combustão interna, mas no seu motor 100% elétrico de 1.225 cv.
São números que não deixam dúvidas sobre a superioridade do modelo que ainda se “esconde” atrás da Grande Muralha, já que suas entregas só começam no segundo semestre de 2023, mas quem quiser reservar o seu terá que desembolsar 1,7 milhão de yuanes (o equivalente a R$ 1,27 milhão). Trata-se de um preço quase 40% inferior ao do novo “cavallino rampante”.
Antes que o leitor pense em comparar a Ferrari com a GAC, é importante deixar claro que tratam-se de marcas absolutamente distintas, em tudo: a montadora italiana é uma empresa privada, com sede na pequena Maranello (Itália) e uma produção anual na casa de 12 mil unidades.
Já a gigante estatal chinesa faz parte de um conglomerado industrial que tem parcerias locais com Jeep, Mitsubishi, Honda e Toyota, entre outras, além de uma marca – a Aion – dedicada apenas às novas energias.
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Dos mais de 2 milhões de unidades produzidas anualmente por suas divisões, o grupo ampliará sua linha de elétricos para 400 mil unidades até dezembro deste ano.
Com apenas dois lugares – o Purosangue é um modelo de quatro portas com 2+2 lugares – o Hyper SSR tem porta com abertura vertical, em uma espécie de meio-termo entre os tipos ‘tesoura’, como no Lamborghini Aventador, e ‘borboleta’, como no Ferrari Enzo.
Suas linhas aerodinâmicas são marcadas pelos faróis em LEDs com cinco ‘pins’ destacados e no brake light de teto, na traseira, onde a combinação de um difusor em fibra de carbono com o aerofólio escamoteável, de acionamento elétrico, garantem sustentação negativa para as altas velocidades – a Aion não divulgou a máxima do superesportivo, mas estima-se algo em torno de 300 km/h.
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Torque é o que, definitivamente, não falta a este “roadstEV”: são 12.000 Nm (o equivalente a inimagináveis 1.223,6 mkgf instantâneos), quase 17 vezes mais força do que os 73 mkgf fornecidos pelo V12 do Purosangue, a 6.250 rpm.
Por dentro, o painel de instrumentos e o sistema de infotainment combinam duas telas, com 8,8 e 14,6 polegadas. O design interno combina elementos retangulares a outros, losangulares, com destaque para o volante que lembra o de um monoposto (Fórmula 1) e para a orientação “clean”, limpíssima por sinal, já que todos os comandos são elétricos ou digitais.
Comparado ao habitáculo do Ferrari Purosangue, que lembra a decoração de uma boate dos anos 80, o interior do Aion Hyper SSR parece vindo de um filme de ficção-científica – e some a isso uma elegância digna da arquitetura escandinava.
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Realmente, por qualquer aspecto que se compare um lançamento ao outro, não há como negar que o Purosangue é a quintessência do passado, enquanto o Hyper SSR é uma amostra do futuro que se descortina com a eletromobilidade.
Se o leitor desapaixonado e que se pauta exclusivamente pelos aspectos técnicos ficou impressionado – não há como não ficar – com o novo superesportivo chinês, vai aí uma boa notícia: a versão “básica” do lançamento da Aion parte de 1,3 milhões de yuans (o equivalente a cerca de R$ 970 mil), mas vai de 0 a 100 km/h em “apenas” 2,3 s – portanto, 1 s mais rápido que o Purosangue.
Os dados do início do texto, bem como as fotos que exibimos, são referentes ao topo de linha, Ultimate.
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Jornalista Automotivo